Preço de Seguro dos Carros mais Vendidos do
Brasil cai 5,4%

São Paulo, 23 de abril de 2025

O mercado de seguro veicular no Brasil apresenta uma tendência positiva para os consumidores, com uma queda de 5,4% no preço médio das apólices dos dez carros mais vendidos entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025. Esta redução representa um alívio significativo para os proprietários desses veículos populares.

Modelos como o Renault Kwid lideraram esta tendência com uma impressionante diminuição de 12,5% no valor do seguro, passando de R$ 2.080,00 para R$ 1.820,00. Além disso, o Volkswagen T-Cross também registrou uma queda expressiva de 11,22%, com o preço caindo de R$ 3.030,00 para R$ 2.690,00. Para quem busca carros seguros com cotação de seguro veicular mais acessível, estas reduções tornam o seguro veicular barato uma realidade mais tangível. No entanto, nem todos os modelos seguiram esta tendência - o Toyota Corolla Cross, por exemplo, apresentou um pequeno aumento de 0,57%, com o valor subindo de R$ 3.520,00 para R$ 3.540,00.

De acordo com o estudo realizado pela Agger, baseado em dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), quase 75% do preço do seguro automotivo é determinado por quatro fatores principais: bônus, idade e valor do veículo, gênero do condutor e localização. Enquanto os homens viram uma redução média de 8% no valor do seguro no primeiro trimestre de 2025, as mulheres experimentaram uma queda de apenas 2% no mesmo período.

O que está por trás da queda de 5,4% no seguro dos carros mais vendidos

A queda de 5,4% no valor do seguro dos carros mais vendidos no Brasil entre fevereiro de 2024 e 2025 não aconteceu por acaso. Diversos fatores combinados criaram um cenário favorável para os consumidores de seguro veicular.

Um dos principais elementos que impulsionou essa redução foi a própria desvalorização dos automóveis. O Índice de Preço de Veículo (IPV) registrou uma queda de 5,1% nos preços dos carros em julho de 2024 comparado ao mesmo período do ano anterior. Como o valor do veículo é um fator determinante no cálculo do seguro, essa redução teve impacto direto no custo das apólices.

O avanço tecnológico também contribuiu significativamente para essa tendência. A implementação de dispositivos de telemetria e aplicativos móveis permitiu às seguradoras monitorar com mais precisão o comportamento dos motoristas. Essa análise mais detalhada possibilita uma avaliação de risco mais acurada, resultando em prêmios ajustados ao perfil individual de cada segurado e, consequentemente, valores mais justos para carros seguros.

Além disso, o uso de inteligência artificial e big data revolucionou o mercado de cotação de seguro veicular. As seguradoras agora conseguem processar grandes volumes de informações para identificar padrões e personalizar apólices de forma mais eficiente. Essa otimização dos processos internos reduziu custos operacionais que, em parte, foram repassados aos consumidores.

Mudanças legislativas também influenciaram o cenário. Alterações no Código de Trânsito Brasileiro modificaram aspectos relacionados à contratação de seguros. Embora essas mudanças tenham focado principalmente em seguros de carga, elas criaram um ambiente regulatório mais estável, contribuindo para o equilíbrio do mercado como um todo.

O sistema de bônus, que considera o histórico de sinistros e o tempo de relacionamento com a seguradora, continua sendo um dos fatores mais influentes na determinação do preço. Motoristas com menos acionamentos do seguro e renovações consistentes conseguem alcançar classes de bônus maiores, garantindo descontos significativos.

Vale ressaltar que essa tendência de queda não é homogênea. Enquanto algumas capitais registraram reduções expressivas - como Goiânia, com queda de 65,6% para o perfil masculino - outras apresentaram aumentos consideráveis - como Rio de Janeiro, com alta de 45,3% para o perfil feminino. Essas variações refletem características regionais específicas, incluindo índices de roubo e furto locais, que continuam sendo determinantes na formação de preço do seguro veicular barato.

Tendências regionais e variações por perfil

As diferenças regionais no mercado de seguro veicular brasileiro são impressionantes, com variações que chegam a 231% entre diferentes localidades. Esta disparidade revela um panorama complexo que afeta diretamente o bolso dos proprietários de veículos por todo o país.

O Rio de Janeiro lidera o ranking das capitais com o seguro mais caro, onde o preço médio cobrado pelas seguradoras é de R$ 5.714. No extremo oposto, João Pessoa apresenta o valor médio mais baixo, de apenas R$ 2.437. São Paulo, por sua vez, registra um preço médio intermediário de R$ 3.968.

Mesmo dentro das mesmas regiões metropolitanas, as variações são significativas. Na Grande São Paulo, por exemplo, o preço do seguro para um Chevrolet Onix pode variar de R$ 2.750 em Barueri até R$ 6.650 em Cajamar, uma diferença que ultrapassa 141%. Esta flutuação está diretamente relacionada aos índices de roubo e furto de cada localidade.

Além da geografia, o perfil do motorista também exerce forte influência no valor do seguro veicular barato. As mulheres pagam, em média, 9,8% menos que os homens, reflexo de estatísticas que indicam que condutoras do sexo feminino estão envolvidas em menos acidentes graves e acumulam menos infrações.

O estado civil é outro fator determinante. Homens solteiros pagam, em média, 62,5% mais que homens casados, enquanto mulheres solteiras desembolsam 38% a mais que as casadas. Esta diferença ocorre porque seguradoras consideram pessoas com vida estável como clientes de menor risco.

No entanto, as tendências recentes mostram mudanças interessantes. Enquanto o preço médio do seguro para homens caiu 29% em maio de 2024 comparado a abril, para mulheres houve um aumento de 13%. Curiosamente, esta foi a segunda vez no ano em que as apólices para homens ficaram mais baratas que as para mulheres.

Porto Alegre registrou os menores preços médios para ambos os perfis, com R$ 1.927,01 para homens e R$ 2.271,77 para mulheres. Já Belo Horizonte apresentou os valores mais altos para o perfil masculino R$ 3.303,82 e o Rio de Janeiro para o feminino R$ 3.316,20.

O futuro do seguro veicular no Brasil

O setor de seguro veicular brasileiro caminha para uma transformação profunda nos próximos anos, impulsionada pela convergência de tecnologias emergentes e novas demandas dos consumidores. A digitalização já não é apenas uma opção, mas um requisito fundamental para a sobrevivência das seguradoras no mercado.

A inteligência artificial desponta como protagonista dessa revolução, permitindo análises mais rápidas e precisas no combate às fraudes, além de possibilitar a personalização de apólices com base no comportamento individual dos motoristas. De acordo com pesquisas recentes, cerca de 75% das seguradoras já implementaram soluções baseadas em IA e Internet das Coisas para aprimorar a avaliação de riscos.

Outro fenômeno que redesenhará o panorama do seguro veicular é o crescimento expressivo dos carros elétricos e híbridos. Até outubro de 2024, o Brasil registrou a venda de quase 140 mil veículos desse tipo, superando em 8% o total comercializado na última década. Dados da McKinsey revelam que 44% dos brasileiros planejam adquirir um carro eletrificado, percentual superior à média global de 38%.

As seguradoras estão se adaptando a essa realidade, desenvolvendo produtos específicos que consideram as particularidades desses veículos, como baterias de alta voltagem e sistemas de propulsão elétrica. Embora ainda existam divergências sobre o impacto nos preços – nos EUA, versões elétricas pagam 21% a mais no seguro, enquanto na Inglaterra a diferença chega a 60% – no Brasil, especialistas indicam que "não há motivos para sobretaxar um carro apenas por ser elétrico".

Paralelamente, o mercado caminha para maior flexibilidade nas coberturas. Atualmente, além das proteções tradicionais, as seguradoras oferecem apólices baseadas no tempo de uso do veículo e no perfil de condução do motorista. Essa tendência de personalização continuará se expandindo, possibilitando que os consumidores escolham coberturas alinhadas às suas necessidades específicas, potencialmente tornando mais acessível a cotação de seguro veicular para diversos perfis.

Para 2025, projeta-se um cenário dinâmico para o seguro veicular barato, com crescimento impulsionado por inovações tecnológicas que prometem tornar os carros seguros mais acessíveis através de processos otimizados e precificação mais precisa.

Conclusão